terça-feira, 2 de setembro de 2008

VOZES





Divagando

De rua em rua.

Garrafas vazias

A beata nua.

Acordo olhando

A mediocridade,

O básico,

O primário.

Não venhas!

Não apareças, é demais!

As capacidades,

Os estatutos

Duma democracia perdida.

Fumo um cigarro.

Acendo outro,

Mais outro atrás.

Nos ouvidos soa algo.

O cérebro já lá foi

Muito mais além,

Não queiras saber

O quanto perdido está.

Consigo encontrar

O carácter, tão elevado,

Ao mais alto cuidado,

Para não ser

Escorraçado!

Básico, nível, contido.



Memórias boas,

Menos más.

Essas outras vêm atrás

Daquele tempo em que senti

A escória penetrar

No inconsciente fugaz.


Falo com ela, a voz

De onde sugo a memória

Ao milésimo ponto

Mais atroz.

Respiro.

Muito fundo.

Sou eu, aqui estou.

Presa.

Confusa.

Fodida.


És tu?

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